Nesta manhã de domingo acordamos sem a maior cantora da America Latina, a argentina Mercedes Sosa(Tucumán, 9 de julho de 1935 - Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) que faleceu por causa de complicações respiratórias provientes de uma grave doença hepática.
Em 1981 o cantor cearense Raimundo Fagner gravou um disco com participações de Mercedes Sosa e passei a conhecer a senhora e a me encantar pelo seu timbre de contralto. A luta contra a ditadura em seu país e o momento semelhante que vivíamos também no Brasil, me aproximou daquela senhora, senhora sim pois eu tinha 16 anos e extremamente politizado, pelo menos eu achava e me sentia!
Mercedes Sosa foi uma conhecida ativista política de esquerda, foi peronista na juventude. Em tempos mais recentes manifestou-se como forte opositora da figura de Carlos Menem e apoiou a eleição do ex-presidente Néstor Kirchner. A preocupação sócio-política refletiu-se no repertório interpretado, tornando-se uma das grandes expoentes da Nueva Canción, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. No Brasil, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, entre outros artistas, são expressões da Nueva Canción, marcada por uma ideologia de rechaço ao que entendiam como imperialismo norte-americano, consumismo e desigualdade social. Posição que a fez exilada politica por vários anos na europa.
As Ditaduras na América Latina aproximava muito as nossas culturas, virava e mexia havia cantoras e escritores estrangeiros, desses países, nos visitando, cantando suas lutas. Foi um tempo legal e de grandes esclarecimentos. Na coluna canções semanais (aí, ao lado direito) posto uma canção muito conhecida da Mercedes Sosa com Paplo Milanés, canção também gravada com Fagner no seu disco de 1981.