Foto: Alexander Landau |
" ...Muitos anos atrás, disseram para um menino que no dia 31 de dezembro, à meia-noite em ponto, se ele olhasse o céu com vontade, veria um velhinho, encarquilhado, triste, em farrapos, indo embora para sempre. E, em seu lugar, apareceria um bebê gorducho e risonho, trazendo todas as promessas de uma vida nova.
O menino acredita até hoje nesta visão, fica olhando a noite que avança sobre o mundo. Nunca viu o velho indo embora nem o bebê chegando. "Por que inventam essas histórias?", pergunta sempre a si mesmo.
Reparava que nas ruas, em todas as casas, havia luzes, soltavam fogos, todos comemoravam o ano novo que se abria para cada um. O menino desistia de ficar triste, mas sempre descobre que o ano novo não está lá em cima, no espaço da noite, mas dentro dele mesmo.
Teria agora um novo ano para realizar seus sonhos, dia após dia, ele faria renascer a confiança em suas pequenas vitórias, provando a alegria de quase nada, de tentar merecer um futuro. De certo modo, o menino se sentia o próprio ano novo que chegava, com a mensagem de uma certeza que ele ainda não sabia o nome, mas tinha o gosto e a força da esperança..." ( Texto de Carlos H. Cony)
Crônica Completa: aqui