segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Brasil um dos últimos da classe - Educação.

No Brasil, a divulgação dos resultados de testes internacionais de aprendizagem costuma provocar emoções contraditórias. A primeira é a tristeza. Afinal, quase invariavelmente ocupamos as últimas posições do ranking. No Pisa (sigla em inglês para o Programa Internacional de Avaliação Comparada, aplicado em 57 países), por exemplo, é gritante a diferença entre as notas de nossos estudantes em relação à média da OCDE, o grupo que reúne as 30 nações mais desenvolvidas do mundo (leia o gráfico abaixo).


Últimos da Classe.
Os testes internacionais atestam o mau desempenho dos alunos brasileiros em todas as disciplinas avaliadas.


* PISA: Programa Internacional de Avaliação 
Comparada. ** OCDE: Organização para a Cooperação
 e Desenvolvimento Econômico. Fonte: Education 
at a Glance 2007. Dados de 2006.
Passado o choque, é possível analisar com outro olhar esses mesmos números. Os nossos, vergonhosos, nos dizem onde estamos. Os dos campeões, muito superiores, nos indicam aonde ir. É aí que a tristeza dá lugar à esperança de que avançar é possível. Para isso, é preciso entender como os líderes dos rankings chegaram ao topo da Educação.

Um recente estudo da consultoria americana McKinsey, chamado Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo, revela ótimas pistas nessa direção. Coordenado pela egípcia Mona Mourshed (leia entrevista exclusiva com ela), o relatório sintetiza mais de 200 entrevistas e visitas a 120 escolas de 20 países. O objetivo era identificar as razões do sucesso dos países mais bem posicionados no Pisa e os que subiram rápido no ranking.

As descobertas foram resumidas em quatro "lições", apresentadas a seguir e exploradas em profundidade, com explicações detalhadas e depoimentos de brasileiros e estrangeiros. Segundo Mona Mourshed, as lições funcionam independentemente do contexto cultural do país - por isso, é possível reproduzi-las e obter bons resultados. No total, foram 25 os sistemas estudados. Examinar as medidas propostas e entender como elas podem ser aplicadas no Brasil são as tarefas a que se propõe esta edição especial de NOVA ESCOLA - pensada, confeccionada e distribuída exclusivamente para Secretários Municipais e Estaduais de Educação. Nossa intenção é ampliar a ref lexão sobre a qualidade do ensino e, principalmente, encontrar alternativas para o país caminhar rumo ao topo.

As quatro lições da qualidade

1 SELECIONAR SEMPRE OS MELHORES PROFESSORES

O que diz o estudo: "A qualidade de um sistema educacional não pode ser maior que a qualidade de seus professores".

Cada vez mais estudos comprovam que o professor é o principal responsável pelo sucesso da aprendizagem. Seu conhecimento e sua atuação em sala de aula são o fator mais decisivo para o desempenho da turma, ultrapassando em importância o material didático e as metodologias de ensino (confira no gráfico abaixo os resultados de uma pesquisa sobre o tema no estado americano do Tennessee). Não por acaso, escolher bons profissionais é uma das políticas mais disseminadas entre os países de alto desempenho. Na Coréia do Sul, considerado o modelo a seguir, os futuros professores do Ensino Fundamental são recrutados entre os 5% dos alunos com melhor desempenho no Ensino Médio - as notas de corte da carreira são altíssimas. Situação bem diferente da brasileira: por aqui, boa parte do professorado vem dos 20% piores alunos. Nesse grupo, um em cada três estudantes sonha com a docência. Entre os 20% melhores alunos, a carreira atrai um contingente bem menor: só 11% das turmas.

A importância de uma boa aula

Pesquisa nos EUA indica que a qualidade do professor tem influência direta no desempenho dos estudantes


A receita sul-coreana para seduzir os melhores é uma combinação de salário inicial atraente, possibilidade de aprimoramento profissional e chance de trabalhar numa carreira valorizada socialmente - coisas distantes da nossa realidade.

2 CUIDAR DA FORMAÇÃO DOCENTE

O que diz o estudo: "A única forma de melhorar resultados é melhorar a instrução".

Não basta recrutar os melhores. É preciso manter os professores sempre atualizados. A preocupação com a prática docente é comum aos sistemas de ponta, tanto na formação inicial como na continuada. Tutoria, trabalhos em grupo, cursos sobre as didáticas específicas... Existem várias maneiras de criar e disseminar as melhores estratégias de ensino. Em apenas três anos, o Reino Unido conseguiu um aumento de 12% nos índices de alfabetização ao apostar na formação em serviço (veja o gráfico abaixo). Já o Japão coloca professores para apoiar os iniciantes durante dois dias por semana, tudo amparado em lições-modelo.

A reforma que dá retorno

Em 50 anos, o Reino Unido tentou de tudo para melhorar a alfabetização. A formação em serviço deu resultados em apenas três anos

Fonte: Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do
Mundo Chegaram ao Topo.
O desafio brasileiro começa em superar as deficiências da formação inicial. Segundo o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2007, que avalia os cursos de ensino superior, 15% das faculdades de Pedagogia tiraram conceito 1 ou 2. Apenas 2% conseguiram a nota máxima, 5.

3 NÃO DEIXAR NENHUM ALUNO PARA TRÁS

O que diz o estudo: "Alto desempenho significa que todas as crianças devem ser bem-sucedidas".

A Finlândia é o país campeão no ranking de Ciências do Pisa, além de vice em Leitura e Matemática. A receita é simples: como todos os alunos aprendem, a média do país é alta. No Brasil, onde a repetência no Ensino Fundamental beira os 19%, muitos estudantes ficam pelo caminho. E o país despenca na lista internacional.

Vários ritmos, todos aprendendo

Na Finlândia, existe um professor de reforço para cada sete regulares. Resultado: todos aprendem
Fonte: Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho
do Mundo Chegaram ao Topo.
 
O "milagre" finlandês atende pelo nome de Educação Especial - um reforço no contraturno para os estudantes com mais dificuldades (como mostra o quadro à direita). Num ano qualquer, cerca de 30% dos alunos freqüentam esse tipo de aula. Ainda nesta reportagem, você conhecerá o dia-a-dia das aulas de reforço na Finlândia e poderá conferir as dificuldades para diminuir os índices de reprovação e implantar um esquema semelhante aqui, no Brasil.

4 PREPARAR GRANDES GESTORES

O que diz o estudo: "Toda escola precisa de um grande dirigente".

A função do gestor é das mais importantes: administrar o conjunto de recursos da escola de forma a criar um ambiente de aprendizagem. Enquanto no Brasil a regra é aprender a fazer isso "na raça", com base na tentativa e erro do dia-a-dia, sistemas de alto desempenho perceberam que bons gestores conjugam características pessoais - como a liderança - e competências técnicas. Para desenvolvê-las, nações como Cingapura adotam políticas de atração de bons profissionais e fazem uma triagem rigorosa. Os candidatos passam por uma formação de seis meses, com direito até a estágio no exterior.

Toda força à gestão

Fonte: Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo.

Como adaptar os exemplos ao Brasil

Tão importante quanto conhecer essas histórias é examinar nossa própria trajetória. Por isso, é hora de perguntar: quais características aproximam - ou afastam - o Brasil dos melhores países avaliados? O relatório da McKinsey é claro: os sistemas estudados já possuem as condições fundamentais para a qualidade, como parâmetros rigorosos de aprendizagem e um nível mínimo de investimento. Não é o caso do Brasil. No que diz respeito às expectativas de aprendizagem, nem sequer cumprimos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina a criação de uma base nacional comum para o currículo a ser contextualizada nos planos regional, estadual e local. "Apesar de 85% dos municípios e 76% dos estados afirmarem possuir orientações curriculares próprias, a verdade é que quase ninguém as conhece. É essencial tornar públicos os objetivos e as metas para que a qualidade da rede possa ser avaliada e cobrada", explica Maria de Salete Silva, consultora de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O problema persiste quando o assunto é investimento. "Em todos os aspectos, os gastos são insuficientes em comparação com os sistemas de ponta", afirma José Marcelino Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e especialista em financiamento da Educação (os gráficos à direita expõem essa diferença). Enquanto investimos uma fatia de 3,2% do PIB na Educação Básica (os recursos novos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica devem agregar, no máximo, 0,2% a esse total), países desenvolvidos ficam na casa dos 4%. Com um agravante: essas nações gastam apenas na manutenção dos sistemas, enquanto no Brasil ainda é preciso ampliar a oferta para atender as 660 mil crianças de 7 a 14 anos que estão fora da escola. Sem contar a necessidade de recuperação de infra-estrutura (apenas metade das escolas públicas de Ensino Fundamental possui biblioteca, só 25% têm internet, e 15%, laboratório de Ciências) e de s alários, especialmente o inicial. Segundo o relatório McKinsey, em países em que a Educação é prioridade, um dos fatores que atraem bons docentes são os rendimentos compatíveis com os de outras profissões de formação semelhante, o que não ocorre aqui.

Os recursos que fazem a diferença

Sob qualquer critério, estamos longe do nível de gasto em Educação dos países mais desenvolvidos

* No Ensino Fundamental. Fonte: Education at a Glance 2007. Dados de 2004. Obs: o dólar PPP (poder de paridade de compra) é um fator de conversão que considera o poder de compra da moeda no país e não o câmbio. ** OCDE: Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Quanto investir para obter qualidade? Há várias respostas. Para sair de uma situação não muito diferente da nossa, a Coréia do Sul dedicou durante uma década 10% do PIB à Educação. Na realidade brasileira, o porcentual adequado e o número de anos dedicados a esse esforço permanece objeto de debates. Mas a trajetória das nações que apresentaram uma rápida evolução mostra que, para possibilitar o salto de qualidade, é necessário eleger o sistema educacional como prioridade (inclusive do ponto de vista financeiro) pelo menos por um período de tempo. O mesmo raciocínio vale se o cálculo considerar a perspectiva do gasto por aluno. Hoje, o investimento é de cerca de 1,6 mil reais por estudante do Ensino Fundamental. São 133 reais por mês, bem menos do que qualquer mensalidade de escola particular. Com esse valor, não dá para sonhar com um ensino de qualidade.

Os passos de uma longa caminhada

O mais provável é que estados e municípios não tenham todo o dinheiro necessário para promover essa revolução. Assim, é essencial saber onde investir. Professores precisam de formação em serviço? Gestores sentem falta de noções de Administração? Diagnosticar essas necessidades é papel do secretário de Educação. "Reunindo a equipe técnica, é possível fazer rapidamente esse diagnóstico e conceber as medidas a serem tomadas", diz Salete.

Se o problema parece grande demais, uma perspectiva é somar forças com outros municípios e estados. "É uma solução eficiente sobretudo para localidades menores, que, isoladas, não têm verba nem capacidade técnica para implantar projetos ambiciosos", afirma Juca Gil, professor da USP e especialista em política e organização da Educação Básica. Outras etapas igualmente importantes são compartilhar a definição de diretrizes com a rede e elaborar um planejamento - de preferência, por um intervalo que ultrapasse o mandato vigente para blindar as ações contra a falta de continuidade das gestões públicas.

Por fim, não há como pensar em qualidade sem conceber um sistema de avaliação. "Um modelo adequado inclui tanto a auto-avaliação como a avaliação externa, em que a participação de pais e estudantes é essencial", opina José Marcelino. Se a distância ao topo da Educação é grande, um bom estímulo é saber que existem caminhos. E que uma longa caminhada começa com um primeiro passo.

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA
Custo Aluno-Qualidade Inicial: Rumo à Educação Pública de Qualidade no Brasil, Denise Carreira e José Marcelino Rezende Pinto, 128 págs., Ed. Global, tel. (11) 3277-7999, 23 reais

Financiamento da Educação - Novos ou Velhos Desafios?, Nicholas Davies, 168 págs., Ed. Xamã, tel. (11) 5072-4872, 22 reais

INTERNET
Neste endereço é possível baixar a íntegra do relatório da consultoria McKinsey (em inglês)

Os 10 melhores sistemas de ensino do mundo.

Responsável por apontar os países com melhor desempenho escolar, o Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa) chega à 4ª edição em 2012. A cada avaliação o foco é direcionado a uma área do conhecimento. No primeiro exame, em 2000, a leitura ganhou destaque. Em 2003, foi a vez de matemática, seguida de ciências, e novamente leitura, em 2009. Neste ano, a matemática volta a receber atenção especial.

Entre 2 e 31 de maio deste ano, os alunos brasileiros foram submetidos a provas de Leitura, Matemática, Ciências, Resolução de problemas, Leitura eletrônica e Matemática eletrônica. Os dados foram coletados a partir de cadernos de teste, questionários e provas eletrônicas, e os resultados, produzem indicadores de desempenho estudantil importantes para a criação de políticas educacionais.

De acordo com o Inep, a estimativa é de que a avaliação seja aplicada em cerca de 900 escolas, reunindo mais de 25 mil estudantes. Em 2009, o Brasil alcançou a 53ª posição.
As grandes potencias educacionais, mesmo com particularidades, apresentam características semelhantes: currículo diversificado, foco na formação dos professores e atenção especial às séries iniciais. Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o êxito dos melhores colocados se deve ao constante esforço dos governos federais. “Eles estão comprometidos em colocar todas as crianças na escola, pagar bem os professores e exigir muito deles, além de ter escolas bonitas e bem equipadas”, diz o ex-ministro da Educação.

Conheça os dez mais bem sucedidos sistemas de ensino do mundo, segundo o último Pisa.


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1- XANGAI. A mais rica província chinesa não ilustra o ensino em todo o país, mas surpreende ao alcançar o primeiro lugar em todas as áreas avaliadas pelo Pisa (Matemática, Ciências e Leitura). Entre os mais de 1,3 milhão de alunos divididos em uma rede de mais de 1.500 escolas de ensino básico, o esforço contínuo é estimulado pela escola e, mais ainda, pela família. Ter aulas aos domingos, em salas pequenas e lotadas, é normal. O sistema, aliás, é bastante tradicional: professores repassando conteúdo, vários exercícios ao final da aula. A rotina vale tanto para os mais velhos, que se aproximam da realização do gao kao, o exame nacional de admissão universitário, quanto para crianças, que começam a se adaptar à exigente rotina desde muito jovens.

De acordo com a Shanghai Education Association for International Exchange (SEAIE), organização que promove intercâmbios educacionais em Xangai, a província foi a primeira a implementar o sistema de nove anos de ensino compulsório. Além das disciplinas tradicionais e do inglês, a segunda língua, a educação básica prevê várias atividades extracurriculares, que tratam de esportes, artes e proteção ao meio ambiente. Segundo a entidade, as alternativas buscam “enriquecer a vida escolar dos alunos”. 



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2- A Coreia do Sul
A Correia do Sul praticamente erradicou o analfabetismo no país e hoje figura entre os grandes nomes da educação mundial. O sucesso se deve principalmente ao investimento maciço na base da formação: o ensino fundamental. Enquanto muitos países - entre eles, o Brasil - destinam milhões aos cofres de instituições de ensino superior, os coreanos decidiram começar pelas crianças e estender o apoio ao ensino médio. Entre os grandes feitos do sistema, estão o prestígio dos professores, que recebem ótimos salários, a infraestrutura de qualidade e o ótimo desempenho dos alunos. Ao todo, são 12 anos de estudo: seis de ensino fundamental, três séries intermediárias e outras três de ensino médio.

“No Brasil, existe uma preocupação muito grande em colocar muita gente na faculdade. Outros países, entre eles a Coreia do Sul, estão fazendo o contrário. Focam no ensino básico e, por causa disso, estão dando certo. Se você tem uma boa educação básica, não haverá universidade ruim, porque os bons alunos vão forçar a universidade”, destaca o ex-ministro da Educação.

Segundo a Asia Society, organização que trata de relações culturais e educacionais entre países asiáticos e os Estados Unidos, o currículo prevê disciplinas tradicionais, como estudos sociais, ciências e matemática, além de lições de educação moral, música e artes. Meninos e meninas estudam tecnologia e ciências domésticas. O clima de competição entre os alunos também é uma forte característica do ensino coreano. Prova disso é que, depois do turno escolar, muitas crianças ainda participam de aulas de reforço em institutos especializados em exatas, por exemplo.


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3- Finlândia. O turno integral cumprido pelos estudantes da Finlândia transformou o país em um dos mais bem sucedidos sistemas de ensino do mundo. Comparada à Coreia do Sul, a carga horária é moderada. A ideia é dar às crianças tempo para se dedicar a atividades de lazer, como música e pintura, ou fazer os temas de casa. Por conta disso, as aulas começam de manhã, mas vão só até o meio da tarde. Durante nove anos, os jovens cursam o equivalente ao ensino fundamental no país, e os concluintes podem optar por um ano extra. Segundo o Ministério da Educação e Cultura, autoridade máxima do sistema finlandês, a ideia é motivá-los a partir para o nível secundário.
A Finlândia também investe muito na formação dos professores: é imprescindível ter mestrado para dar aulas no ensino fundamental. Do primeiro ao sexto ano, as aulas são ministradas pelo professor de classe. Depois, até o nono ano, cada disciplina fica a cargo de um profissional específico para cada área. A formação dos professores, segundo o senador brasileiro, é uma questão a ser trabalhada em longo prazo. “O professor tem que ter mestrado, mas não pode ser amanhã, porque, aqui, seria um desastre completo. Só vai ser possível melhorar a educação com exigência de formação, salário muito bom e avaliação constante do professor. Deve haver um critério para identificar aquele que não se dedica, que não tem competência, que não dá aula”, indica.

Lá, o professor tem mais autonomia sobre a forma e hora certa de ensinar determinada disciplina. É ele o grande responsável pelo desempenho dos alunos, e isso engloba desde a avaliação até a resolução de problemas. Para isso, conta com o apoio do Ministério da Educação, que apenas trata - com certa distância - do conteúdo que deve ser lecionado. A grande maioria dos alunos estuda em instituições públicas e, além de material escolar, tem acesso gratuito a refeições e transporte.




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4 - Hong Kong.   Alcançar o 4º lugar no Pisa é resultado de uma política de rígido controle de gastos e abertura de espaço para experimentação. A ex-colônia inglesa promove aulas de chinês, inglês, matemática, estudos gerais, educação física, música e artes. De acordo com o Instituto de Educação de Hong Kong, instituição voltada à formação acadêmica com ênfase em ciências sociais e outras disciplinas da área de humanas, há três tópicos fixos no sistema de ensino de Hong Kong: estudos sociais, saúde e ciências. Dependendo da escola, também há aulas de religião e estudos bíblicos. Os seis anos de educação primária e três anos de secundária são obrigatórios.

Na educação secundária, com as chamadas grammar schools, os alunos são convidados a escolher entre as áreas de ciências, artes e comércio, de acordo com a política da instituição. A maioria dos educandários é administrada por instituições de caridade ou religiosas, como os católicos, budistas e taoístas. Existem também as escolas públicas, de responsabilidade do governo, e as privadas.


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5 - Cingapura.  A qualidade do ensino começa pela boa formação dos professores, que se sentem estimulados por bons salários, bonificações e prestígio. Para isso, devem ter se destacado durante o ensino médio - a disputa pelas vagas é acirrada. Os futuros profissionais têm contato com as práticas docentes ainda durante a formação acadêmica, e o resultado disso é que, quando chega a hora de encararem uma turma para valer, já têm bastante experiência para fazê-lo.

Segundo o Ministério de Educação de Cingapura, a educação primária tem duração de seis anos, tempo em que os estudantes têm contato com um currículo que prevê aulas da língua local, inglês, matemática, ciências, estudos sociais, artes e músicas. Semelhante ao que ocorre na maioria dos países asiáticos, o foco do ensino cingapuriano é a área de exatas. Física, química e matemática são as prioridades do país, que, ainda no ensino fundamental, incentiva seus estudantes a realizar estudos científicos, promove encontros com renomados pesquisadores e estimula o contato com as práticas da área por meio de feiras de ciências e olimpíadas internacionais.
Para Cristovam, o Brasil deveria seguir o exemplo e também estimular o contato com a ciência desde cedo. “O estímulo deve começar já na primeira série do ensino fundamental. As crianças precisam ter contato com os animais, brincar com instrumentos...”, diz. No entanto, ele acredita que o foco em uma área específica não funcionaria no Brasil. “Nossas escolas são muito humanistas, nós não orientamos as nossas crianças a estudar ciências. Também não pode ser só ciências, porque o aluno precisa de uma formação crítica. Tem que ter leitura também”, opina.

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6 - Canadá. Nas escolas canadenses, a formação se desprende do viés das exatas para se focar no campo das humanas, e a as escolas procuram formar pessoas com senso crítico apurado. Por isso, além de disciplinas como matemática, ciências e história, os alunos têm lições sobre cidadania e criatividade. A elementary school, equivalente ao ensino fundamental brasileiro, é cursada por alunos de seis a 14 anos. A high school, ensino médio daqui, é voltada a estudantes de 14 a 18 anos. A carga horária também é mais extensa que a do Brasil: lá, as aulas começam pela manhã e vão até o meio da tarde. 

A maioria dos canadenses estuda em escolas públicas - as particulares são caríssimas. O ensino público se divide basicamente entre as public schools e as catholic schools, estas voltadas, além das disciplinas previstas na estrutura curricular tradicional, ao ensino de costumes da religião. Os dois gêneros, no entanto, são de responsabilidade das províncias. Por isso, como na China, as características podem variar de um local para o outro. É a cargo das províncias que também está a decisão quanto ao ensino ou não de uma segunda língua. Atualmente, segundo o Conselho de Ministros de Educação do Canadá (CMEC), o país tem cerca de 10 mil escolas de ensino fundamental, com média de 350 estudantes por instituição.

Para o senador brasileiro, o fato de o Canadá ser um país igualitário auxilia na homogeneidade das escolas. No Brasil, a situação é diferente. “Apenas federalizando é possível ter uma escola de qualidade tanto em uma cidade onde a renda per capita é de R$ 100 mil por ano quanto em outra em que a renda é de R$ 1.500”, diz.

Foto: Getty Images.
7 - Nova Zelândia.  O ensino neozelandês é homogêneo - em todas as instituições públicas do 7º colocado no Pisa 2009, os alunos têm contato com a mesma estrutura curricular. Ainda que não seja obrigatório, é comum que crianças de até cinco anos frequentem o tradicional jardim de infância, play centers ou, então, os chamados home-based care centers, casas qualificadas para tomar conta dos pequenos. Para essa faixa etária, existe também o movimento Kohanga Reo, que ensina a língua, cultura e os princípios do povo Maori às crianças. Em 1990, segundo a Te Kohanga Reo National Trust, organização voltada às práticas Maori, essa modalidade de ensino passou a ser responsabilidade do Ministério da Educação, “dando maior ênfase ao controle regulatório do Kohanga Reo”. Para os anos posteriores, já existem escolas voltadas ao ensino apenas no idioma Maori.

A partir dos 5 anos, o aluno frequenta a Primary School, ou Escola Primária. Com estrutura similar a das escolas brasileiras, vai até o Year 5, quando o estudante completa dez anos. Depois disso, ele provavelmente muda de escola para ter aulas na Escola Intermediária, onde o nível de brincadeiras diminui e, além das disciplinas tradicionais, são ministradas oficinas de trabalhos manuais com metal e madeira, além de aulas de culinária e costura - tanto para meninas quanto para meninos. De acordo com o Ministério da Educação, a Escola Secundária, recebe jovens a partir dos 14 anos para aulas de inglês ou Maori, estudos sociais, artes, tecnologia, ciências, matemática e educação física. Essa etapa tem previsão de término aos 18 anos do estudante, mas é frequentemente abandonada, já que a lei neozelandesa determina o ensino compulsório apenas até os 16 anos.

Foto: Getty Images
 8 - Japão.  A descentralização também é uma das características mais fortes no ensino japonês, e o Ministério da Educação é apenas um coordenador - quem toma as decisões sobre orçamento, programas educacionais e seleção escolar são os conselhos de educação, definidos pelas autoridades locais. Também é de responsabilidade das escolas a decisão sobre os conteúdos ministrados - que, ainda assim, devem ter o aval do ministério - e dos métodos utilizados em aula.

Desde a educação pré-escolar, que pode durar de um a três anos, até o final da escola secundária, os japoneses passam cerca de treze anos de estudo. As escolas estimulam uma reflexão sobre o papel dos alunos na sociedade. Aprovada em 1947, a Lei Fundamental de Educação dá ênfase ao conhecimento político e tolerância religiosa - no entanto, veta qualquer ligação entre ambiente escolar, partidos políticos e grupos religiosos. Entre as disciplinas que integram o currículo, além de língua japonesa, estudos sociais, aritmética e ciências, os estudantes têm aulas de educação moral, artes, artesanato, música, trabalhos domésticos, artes e inglês. Na educação secundária também são tratadas questões referentes à saúde, cidadania e trabalhos industriais.

Foto: Another side of yukita/Flickr
9 - Austrália.  O ensino compulsório australiano tem início aos seis anos da criança, quando ela passa a frequentar a Escola Primária e, posteriormente, a Secundária - ao todo, são 12 anos de estudo. Ao final dessa etapa, muitos estudam para obter um certificado endossado pelo governo australiano. O Senior Secondary Certificate of Education (Certificado Sênior de Ensino Secundário) é considerado a porta de entrada para todas as universidades e cursos técnicos do país.

Constando obrigatoriamente no currículo, algumas áreas-chave são apontadas pelo Ministério da Educação da Austrália: inglês, matemática, estudos sociais e ambientais, ciências, artes, idiomas estrangeiros, tecnologia, desenvolvimento pessoal, saúde e educação física. A Escola Secundária trabalha também tecnologia, desenvolvendo projetos multimídia em laboratórios especiais. Além do currículo que tradicionalmente passa por todos os primeiros lugares do ranking do Pisa, as escolas australianas atendem a interesses particulares dos estudantes. Entre as atividades extraclasses, estão aulas de teatro, música, arte, debate, discurso em público e atividades esportivas.

Foto: Getty Images
10 - Holanda. Conhecida por ter uma cultura rica e uma população bastante receptiva, a Holanda também registra bons índices na educação. Ao contrário dos países que prazem pela homogenia, o governo holandês abra espaço para que, dentro de alguns parâmetros pré-estabelecidos, cada escola monte seu currículo. Às escolas, cabe a tarefa de administrar o capital disponível e o desempenho dos alunos. A cargo do governo fica a responsabilidade de avaliar as instituições e expedir certificados de qualidade.

Dos quatro aos 12 anos, os australianos frequentam a Educação Primária. Além de matemática e idiomas, os alunos têm aulas de artes, educação física e orientação pessoal, voltada às relação com outras pessoas, resolução de problemas e responsabilidades em relação a consumo e meio ambiente.

Em 2008, o Ministério da Educação, Ciências e Cultura da Holanda apontava a existência de 700 instituições públicas e privadas de Educação Secundária. Nessa etapa, os estudantes podem ser encaminhados - por recomendação da escola primária ou decisão dos pais - a diferentes modalidades de ensino, que vão de práticas científicas e conteúdo para alunos com dificuldades de aprendizagem. Entre os conteúdos que vão além da cartilha tradicional, estão Homem e natureza, Homem e sociedade e Frísio, idioma da província de Frísia, bastante similar ao inglês.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pitaya a fruta saborosa.


Pitaia (pitaya em PE), ou, ainda, saborosa, é o nome dado ao fruto de várias espécies de cactos epífitos, sobretudo do género Hylocereus mas tambémSelenicereus, nativas do México e América do Sul e também cultivadas no Vietnã,Malásia, Israel e China . O termo pitaia significa fruta escamosa, também sendo chamada de fruta-dragão em algumas línguas, como o inglês. Como a planta só floresce pela noite (com grandes flores brancas) são também chamadas de Flor-da-Lua ou Dama da Noite.
Pode ser cultivada de 0 até 1.800 metros acima do nível do mar, desde que as temperaturas sejam em média de 18 a 26°C, com chuvas de 1.200 a 1.500 mm/ano, mas se adapta também a climas mais secos.



Existem três variedades, todas com a pele folhosa:
Hylocereus undatus, branca por dentro com pele rosa
Hylocereus polyrhizus, vermelha por dentro com pele rosa
Selenicereus megalanthus, branca por dentro com pele amarela

A fruta pode pesar entre 150-600 gramas e seu interior, que é ingerido cru, é doce e tem baixo nível de calorias. Da fruta se faz suco ou vinho; as flores podem ser ingeridas ou usadas para fazer chá. As sementes se assemelham às do gergelim e se encontram dispersas no fruto cárneo.

Crê-se que a variedade de interior vermelho é rica em antioxidantes


Mais: Segundo comenta-se por aí, acredita-se que as sementes tenham efeitos laxante, além do fruto, que tem efeito em gastrites, o talo e as flores são usados para problemas renais. Além de todos esses benefícios para a saúde, ela ainda ajuda na silhueta, pois ativa o metabolismo e inibe a vontade de comer açúcar.

Uma fruta dessas você encontra no Hort-Fruit a 7 reais a unidade. Ela também pode ser encontra a kilo, mais ou menos 39 reais. Você encontra a amarela a 90 reais o kilo. Vale a pena!!

Receitas:

Salada verde com pitaya.

Ingredientes
1/2 maço de agrião
1/2 maço de rúcula
1 pé de alface americana
1/2  abacate picado
1/2 cebola picada
1 pitaya vermelha picada

Pro tempero:
limão
azeite
sal 
mostarda



Preparo
Em uma bandeja comece colocando o alface, depois a rúcula, o agrião, a cebola., a pitaya e o abacate. Em uma tijela misture o azeite e a mostarda. Acrescente o sal, o limão e espalhe sobre a salada. Aí...é só misturar levemente e a salada estará pronta, bem colorida, saudável e refrescante.


fontes:
Wikipédia
Fotos Google
Receitas Revista Básica matéria da Lu Freitas

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A curva de aprendizagem dos brasileirinhos. - Educação.

Essa praça, próximo ao mercado é muito interessante... Helsinque - Foto do blog Trips By Carlos
O Brasil ficou na penúltima colocação de um ranking de educação que comparou as “habilidades cognitivas e de desempenho escolar” de 40 países. De acordo com o estudo “The Learning Curve” (A curva de aprendizagem), encomendado pela empresa Pearson, que fabrica sistemas de aprendizado, Finlândia e Coreia do Sul estão no topo desse universo. A pesquisa levou em consideração o resultado de testes de matemática, leitura e ciências para alunos dos últimos anos do ensino fundamental 1 e 2, assim como dados educacionais de cada país sobre alfabetização e taxas de conclusão de escolas e universidades.

Realizado pela Economist Intelligence Unit (EIU), o estudo completo, que forma um banco de dados sobre o desempenho educacional de 50 países, está no site thelearningcurve.pearson.com. Índices, vídeos, artigos, mapas, informações socioeconômicas e infográficos para download etc. também estarão disponíveis na plataforma, com acesso gratuito e ilimitado.

O objetivo da pesquisa é auxiliar a comunidade escolar a identificar os principais fatores que impulsionam melhorias educacionais e que podem servir de modelo para outras regiões.

— O estudo permite uma análise extremamente sofisticada do que de fato funciona em Educação. Mostra que não tem nenhuma mágica, requer atenção e ações de longa duração, coerência e foco para melhorar o desempenho — afirma Michael Barber, chefe de educação da Pearson.

O diretor superintendente de Educação Básica da Pearson no Brasil, Mekler Nunes, afirma que a busca por mudanças na educação brasileira já existe e é sólida:

— Os educadores buscam cada vez mais fazer a diferença e está claro para a Pearson que apoiá-los é a chave para esse processo.

Já para Laércio Dona, diretor para Ensino Superior e Idiomas da companhia, “contribuir com novos subsídios como essa pesquisa global faz parte do compromisso da Pearson em promover o desenvolvimento das pessoas e do país por meio da educação”.

Entre as conclusões apontadas pela pesquisa está a de que “Bons professores são essenciais e precisam ser respeitados”.

“Não há nada que substitua bons professores. O impacto vai além de resultados educacionais positivos, podem estar ligados a fatores sociais, como baixo nível de gravidez durante a adolescência e uma maior tendência a poupar dinheiro para aposentadoria. Ter bons professores é mais do que pagar bons salários, os países com melhores desempenhos atraem grandes talentos, dão treinamentos durante suas carreiras e permitem maior liberdade”, diz o estudo.

Veja abaixo o ranking do índice global de habilidades cognitivas e de desempenho escolar:

1. Finlândia

2. Coreia do Sul

3. Hong Kong

4. Japão

5. Cingapura

6. Grã-Bretanha

7. Holanda

8. Nova Zelândia

9. Suíça

10. Canadá

11. Irlanda

12. Dinamarca

13. Austrália

14. Polônia

15. Alemanha

16. Bélgica

17. Estados Unidos

18. Hungria

19. Eslováquia

20. Rússia

21. Suécia

22. República Tcheca

23. Áustria

24. Itália

25. França

26. Noruega

27. Portugal

28. Espanha

29. Israel

30. Bulgária

31. Grécia

32. Romênia

33. Chile

34. Turquia

35. Argentina

36. Colômbia

37. Tailândia

38. México

39. Brasil

40. IndonésiaFontes: O Globo
Site: thelearningcurve.pearson.com

O presidente mais pobre do mundo.



Aos 77 anos, o uruguaio José Mujica, presidente do Uruguai, é um ex-guerrilheiro tupamaro que passou 14 anos preso, a maioria durante a ditadura uruguaia (1973-1985). Ele vive em uma pequena chácara nos arredores de Montevidéu junto com sua esposa, a senadora Lucía Topolansky. Ali cultiva flores e hortaliças que vende nos mercados locais.

Quando não está realizando trabalhos oficiais, o chefe de Estado faz questão de dirigir o seu próprio carro, um fusca azul, de 1987, avaliado em pouco mais de US$ 1.000. Mujica dispensa empregados. Faz suas próprias compras no bairro onde vive e frequentemente é visto em restaurantes populares com seus colaboradores no entorno da sede do Governo, no centro de da capital uruguaia.



Seu salário, de US$ 12,5 mil mensais, não fica todo com ele. O presidente uruguaio fica com US$ 1.250 e doa 90% para a construção de casas populares. Segundo sua última declaração de renda, de abril passado, seu patrimônio e o de sua esposa somam cerca de US$ 212 mil. Eles possuem três terrenos, três tratores e dois carros de 1987."Se tenho poucas coisas, preciso de pouco para sustentá-las", disse recentemente em uma à BBC.

Por conta dessa vida frugal, Mujica é considerado 'o presidente mais pobre do mundo'. E agora é inspiração para um novo perfume. Martín Sastre pretende criar uma fragância com as flores que Mujica cultiva em sua chácara. Segundo o artista, as flores do presidente uruguaio guardam "a essência do autêntico luxo".

A ideia ainda não recebeu o sinal verde do presidente. Mas já tem até nome, "U from Uruguay", e anúncio publicitário. Sastre, artista audiovisual e diretor de cinema nascido em Montevidéu em 1976 e que mora em Madri, disse reconhecer Mujica como "ícone global por causa de sua filosofia de vida", por isso a intenção de criar o perfume.

Se o projeto for concretizado, a fragrância de "Pepe" (como o presidente é popularmente conhecido) seria vendida através de fundações públicas para arrecadar dinheiro e criar um fundo de fomento da produção artística.

Fonte: 24horas News

domingo, 18 de novembro de 2012

Eu sou criança.

E vou crescer assim.
Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar sabores, sentir odores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona um fax. Verdade seja dita: entender, eu acho que entendo, meu pai me explicou.

Mas não faz diferença, o mundo continua rodando, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, existem coisas que não precisam ser explicadas - pelo menos para mim.

O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara, as orações têm esse poder. Eu acho que as pessoas são sempre grandes e às vezes pequenas, igual aos brinquedos em miniaturas. Enxergo o mundo sempre lindo e às vezes cinza, mas para isso existem o lápis-de-cor e o amor que a gente aprendeu em casa desde cedo. 

Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama -pra descansar a alma e dormir sossegado.Pensar demais gera ansiedade. Coragem eu tenho um monte, mas medo eu tenho poucos, um dia ouvi que isso é igual a paz. Tenho medo de fogos de artifício,  tenho medo das pessoas, tenho medo de mim quando estou com fome. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei aonde fui parar, ainda me surpreendo com minha mente.

Mas uma coisa eu digo: eu não paro!  Perco o rumo, tropeço, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou, tenho fé. Só paro pra perguntar quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou lindo, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o meu leitinho ficou forte demais. 
Eu sou assim. Nada de meias-palavras. Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual a oração: tem que ser inteira senão perde a força.

Sou menino levado, príncipe, meu trono é o colo da minha mãe, sou criança crescendo com deveres de casa pra fazer.E mesmo pequeno, não deixo de crescer. Brinco igual gente grande, fico sério, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E amo quando não sou correspondido. 

Amo igual a criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê um chocolate, um carrinho novo, um brinquedo que você ganhou e não gostou, uma fábula bonita pra me fazer sonhar e adormecer. Criança gosta de beijo, abraços, sorrisos e boas surpresas!


Este texto é uma adaptação de um texto, que parece ser de autoria de Fernanda Mello, segundo o blog: Criança Genial.

sábado, 10 de novembro de 2012

Ser pai, um ato de coragem.



Filhos são seres que Deus nos empresta para um aprendizado intensivo de como amar além de nós mesmos. Um exercício, que a cada passo, estende ao máximo nossa capacidade de amar.Os filhos são uma grande oportunidade de mudar nossos piores defeitos, leva-nos a darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem diante de nossas vidas.

Sem pestanejarmos, melhoramos só de pronunciar a palavra "filho". O tom da voz muda ganha ritmo e volume, a paciência é engrandecida, a visão e a sabedoria são aumentadas para percebermos a intensa proteção divina que nos rodeia noite e dia. Filhos fazem-nos prudentes, fazem-nos entendedores do nosso próprio caminho pra em seguida liderá-los.

Ser pai ou mãe é  antes de tudo o maior ato de coragem que alguém pode ter, é ficar nu diante do que mais nos aflige, é vencer a timidez, é reunir num mesmo instante todas suas fraquezas, é se expor a todo tipo de dor,  principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.

Perder? Como perdê-los? Eles não são nossos! Recordam-se que são seres de Deus?

Autor desconhecido:
(Aviso: este texto não é de José Saramago)

Uma Fé Extraordinária - John Harper

                                                              John Harper, a esposa e filha - Google Fotos. No livro “The Titanic's Last...