quinta-feira, 13 de junho de 2013

Escrevendo um livro.

Os seres humanos são contadores de história natos. Na verdade, nós gostamos tanto de histórias que a maioria de nós vai perdoar um quilo de escrita ruim, se houver um grama de boas histórias para ouvir. Antes de começar a se preocupar com sua prosa, comece por criar uma história que você vai adorar usando estas sugestões.

(WikiHow)
Criado por Traduções Sabrina L. Furtado

== Passos ==

1.Primeiro, decida se vai escrever sua história em primeira pessoa (nós, eu) ou em terceira pessoa (eles, ele, ela). Já que a segunda pessoa pode ser muito complicada, fique com a primeira ou com a terceira, caso queira mais facilidade!

2.Escreva sobre o que você conhece e com que se preocupa. Isso não significa escrever não-ficção ou ficção realista. Significa aprender lições e experiências de sua própria vida e canalizá-las para uma outra forma. Encontrar idéias de história que sejam relevantes para a sua própria vida fará de você uma autoridade imediata sobre o assunto. Além de fatos e experiências, não tenha medo de sondar o que você conhece emocionalmente.

  • Ponha os seus sentimentos no personagem principal. Tristeza, amor, alegria, como superar obstáculos e medo são coisas que "conhecemos" e que constituem a base das experiências humanas universais no coração de grandes histórias. Detalhes intrigantes podem atrair o leitor e fazer com que ele queira ler mais. Se ele não sentir nada por seu personagem ou pensar que as frases não fornecem nenhuma emoção, ele não terá tanto interesse em continuar.
  •  Manter a história relevante para a sua própria experiência vai torná-lo mais apaixonado pela escrita. E paixão se torna inspiração.

3. Decida qual público você imagina para seu trabalho. Ter um público claro em mente irá ajudá-lo a enquadrar suas idéias. Talvez você esteja escrevendo para adolescentes, para pessoas familiarizadas com um determinado lugar ou até para si mesmo. Se você não conseguir se decidir, anote algumas razões pelas quais você está contando esta história e, em seguida, pense em quem poderia se interessar por ela. Além disso, leia o primeiro capítulo para sua família, para obter uma noção de uma espécie de público.

4. Consiga inspiração através de sua vida cotidiana. Por exemplo, se você quiser escrever um livro infantil, observe as crianças. Veja como elas agem, veja o mundo através dos olhos delas. Em seguida, escreva sobre algo que as fascine. Ouça o noticiário. Talvez haja uma história sobre algo que esteja acontecendo em sua comunidade ou país só esperando para ser escrita. Pergunte "O que aconteceria se...?" sobre tudo o que lhe interessar.

  • Escreva sonhos. Talvez você faça uma história a partir de um ou mais deles. Uma boa maneira de capturar sonhos é ajustar o seu despertador para cerca de uma hora mais cedo do que você pretende acordar. Então, deixe-se mergulhar em um sono leve pela próxima hora. ''Sempre'' tenha um caderno ao alcance das mãos, para que a primeira coisa que você possa fazer seja escrever o sonho. Sonhos evaporam da memória consciente muito rapidamente. Então, escreva tudo depressa!

5. Mantenha um diário. Não tem que ser um projeto elaborado no estilo diário, narrando sua vida cotidiana. Basta carregar um bloco de notas com você o tempo todo e anotar qualquer coisa, grande ou pequena, que ocorra a você. Anote tudo, mesmo que seja um pensamento inacabado que não faça sentido ainda.

Diário aberto de Anne Frank - foto reprodução.
  • Se você estiver no ônibus, no trabalho ou em qualquer lugar e algo despertar seu interesse, anote para que você não esqueça. Confie em si mesmo. 

6.Obtenha conhecimento em assuntos com os quais você não esteja tão familiarizado. Quando começar a fazer progressos na sua história, você provavelmente vai querer incorporar elementos desconhecidos para tornar o mundo da sua história mais interessante. Passe um tempo observando as pessoas e imaginando como o mundo se parece do ponto de vista delas. Pratique empatia e acumule experiências que fazem os fatos que você lê terem contexto e significado.

  • Se necessário, pesquise eventos reais, itens e atividades para tornar sua história mais realista. Se, por exemplo, você tiver um personagem surfista em sua história, pesquise sobre surf. Aprenda os movimentos e técnicas. Se você tiver a oportunidade, entreviste um surfista a respeito de sua experiência. Experimente fazer uma aula de surf também.

7. Desenvolva o seu personagem principal. Se você criar um personagem convincente, que lhe fascine ou com o qual você se identifique bastante, ficará muito mais fácil imaginar os tipos de conflitos e situações nos quais ele possa terminar. Às vezes, tudo o que você precisa para o pontapé inicial é de um nome de personagem único, singular. Leia  o post Como Desenvolver um Personagem para uma História para ter mais idéias.

8. Siga um arco (de história). Saber quando e como jogar obstáculos e solavancos no caminho do seu personagem deixará a história mais fácil de se planejar, e mais atraente também.

  • Início: introduza o problema. O que o seu personagem quer ou não quer? O que está em seu caminho? O que o incomoda? (Exemplos: divórcio, ser o novo garoto da escola, passar de ano, ser alguém na vida). Ou, então, comece com algo que traga o leitor "para dentro" do livro. Algo que faça com que o leitor leia mais (exemplos: um acontecimento que está por vir, um concurso nacional de soletração, um evento emocionante nas ruas).
  • Meio: ao longo do caminho, adicione solavancos que deixem o personagem à altura do desafio. (Exemplos: vender sua casa, encontrar um lugar para sentar-se na hora do almoço, ser demitido, uma separação difícil). Comece com problemas pequenos, distantes ou gerenciáveis. Você não quer que sua história chegue ao clímax muito rápido.
  • O momento mais obscuro: este é o momento no qual parece que seu personagem não vai alcançar seu objetivo ou aprender a lição. Isso acontece, às vezes, depois de não conseguir superar o maior obstáculo (veja abaixo) ou quando percebe pela primeira vez o que é o obstáculo.
  • O maior obstáculo: este é o momento do maior conflito. É o ponto da história no qual seu personagem tem que lidar com ou superar o grande problema que você colocou no início ou no meio da história. (Exemplos: o pai se casa novamente, novos amigos rejeitam você, alguém importante para você morre.)
  • Fim: o conflito é resolvido. O seu personagem consegue o que quer ou não. Seja qual for o caso, seu personagem mudou ou aprendeu algo. (Exemplos: duas famílias são melhores que uma, um amigo verdadeiro para sempre, libertar-se de ilusões.) Lembre-se de que a semente de seu final estará sempre no seu início. Não escreva um final que venha do nada e nem resolva o problema por meio de intervenção repentina, já que isso empobrece o enredo.

9. Encontre alguém para ler sua história e dar-lhe um feedback. Diga a essa pessoa para não ter medo de ser honesta, e seja sincero quando disser isso. Você precisa de alguém que lhe diga realmente como sua história é boa (ou não). Tudo pode ser melhorado.
  • Não fique ofendido e não desista se você obtiver um feedback ruim. Você precisa ir além de seus próprios limites criativos. E críticas construtivas são uma grande ajuda nesse sentido. Peça ao seu leitor para que seja muito honesto e preciso.

10. Revise a sua história. Em vez de ficar sufocado por uma lista enorme de detalhes minúsculos, procure padrões nos feedbacks e concentre sua edição em um fio comum. Se todos os seus cinco editores pararam no mesmo ponto, há uma boa chance de você precisar alterar esse ponto.
  • Não mude sua visão da história por causa das idéias de outra pessoa. Novamente, se você ouvir uma ótima ideia, não tenha medo de substituí-la por uma que seja sua.

== Dicas ==

  • Leia mil livros antes de escrever um. Embarque em uma viagem corajosa e focada para ler autores (do mundo todo) que deixem você intrigado. Lembre-se de escolher livros que possam ter relação com sua história e tome nota de como o autor mantém as páginas virando. Se você quiser escrever um romance profundo e emocionante, leia alguns dos livros de Stephen King. São um bom exemplo. Observe o estilo que dá a cada livro seu significado, e se ele deixa você fascinado. Os personagens têm profundidade psicológica? O autor usa linguagem sensorial? Sempre tenha isso em mente, mas também lembre-se de manter seu próprio estilo de escrita.
  • Pense muito sobre seus personagens (quem são, como são, o que querem, do que têm medo), cenário (período de tempo, localização) e conflito (pessoa contra pessoa, pessoa contra sociedade, pessoa contra destino). Eles fazem com que a história fique interessante.
  • Saiba como você quer que seus personagens principais sejam. Não dê a um garoto nerd uma frase legal se você sabe que ele não diria isso. Conheça seus personagens como a si mesmo. Viva na cabeça do seu personagem por um dia.
  • Se você é facilmente influenciado pela escrita de outras pessoas, não leia muito. Atenha-se aos livros com os quais estiver familiarizado e estude como o autor desenvolve os personagens, o enredo e as metas ao longo do tempo.
  • Revise, revise, revise. Verifique a pontuação, ortografia, gramática e o sentido da frase, é claro. Mas não ignore as grandes questões. As ações e as respostas do seu personagem são plausíveis? Você tomou um atalho na trama, tornando-a superficial ou corriqueira?
  • Procure melhorar sua redação. Localize a palavra exata que você está procurando: o personagem está chateado ou agitado? Pesquise e pense sobre as conotações das palavras. Experimente manuais como "Manual da Redação - Folha de São Paulo", assim você poderá aprender a dizer o que quer de forma clara, eficaz e exclusivamente sua.
  • Minimize as pequenas marcas de diálogo (ex: "Disse André" ou "Maria sussurrou"). Querendo saber como você deve mostrar quem está falando? Atribua a cada personagem uma voz única, e firme o diálogo na cena. As pessoas se mexem quando falam. As coisas acontecem ao redor delas. Use deixas a partir do contexto para mostrar quem está falando. Se você realmente precisar usar "disse", vá em frente (confundir o leitor é pior). Porém, se você conseguir imaginar a cena, o uso da palavra será desnecessário (na maioria dos casos). Empregue palavras arrastadas, um sotaque, um tom autoritário, um tom submisso ou uma fala muito recortada, e mostre isso através da escolha de palavras. Tenha muito cuidado ao usar dialetos. Se você precisar usá-los, use-os com moderação. Se você conhecer bem seus personagens, terá uma boa ideia de como eles soam, a forma como eles se expressam e as coisas que eles nunca dirão.
  • As pessoas geralmente não falam usando frases completas. Elas dão respostas curtas e simples (de uma palavra, por exemplo). Então, de vez em quando, use palavras preguiçosas, tais como "Claro", "hum", etc. Não exagere nessas palavras! Um bom diálogo não soa exatamente como discurso real. Na verdade, é um discurso real sem todas as partes chatas.
Se você não souber para onde levar a história em seguida:
  • Tente escrever o que vier na sua cabeça. Logo, você estará escrevendo com boas ideias. E você pode usá-las para editar/substituir o que acabou de escrever.
  • Faça uma pausa. Vá dar uma volta, ouça uma música inspiradora, ande de ônibus em algum lugar incomum, ou até mesmo faça alguma atividade diária para tirar sua mente da história por um breve período. Depois de um tempo, volte e tente escrever novamente. Logo, as ideias surgirão. Elas parecerão mais claras se sua mente tiver um descanso de vez em quando. Você não vai querer se estressar com isso. Se você tentar terminar sua história da primeira vez que se sentar para escrever, vai se cansar rapidamente. Além disso, seu entusiasmo sobre como escrever a história vai rolar morro abaixo bem depressa. Então, é bom fazer pausas a cada meia hora, mais ou menos. Vai depender do seu humor e de quanto tempo você pode ficar sentado até ficar sem ideias. Contudo, não espere até ficar sem elas. Mais uma vez, faça pausas. Elas ajudam muito na história (e na sua disposição).
  • Talvez você tenha arrumado uma confusão. A trama está indo do jeito que você quer? A cena que você está escrevendo é necessária? Chegue à ação (está aí mesmo, acontecendo em sua cabeça) de uma maneira diferente.
  • Coloque sua mente para funcionar. Jogue poker de palavra: faça uma coleção de palavras únicas (substantivos, verbos, adjetivos, advérbios) que chamem sua atenção. Escreva cada uma em um pequeno pedaço de papel. Quando você tiver um monte delas, coloque-as numa caixa e escolha cinco. Faça uma frase coesa ou duas usando essas palavras. Logo, suas idéias vão se aglutinar.
  • Use a Internet e procure significados de nomes para criar nomes para os seus personagens. Isso é bom de se fazer quando você não consegue criar algum que sirva para determinado personagem. Por exemplo, se você tem um caçador em sua história, procure a palavra "caçador" em "significados". Provavelmente, sua busca resultará numa lista de nomes que se encaixam nessa descrição. O nome Venâncio significa "caçador". Então, esse personagem em sua história poderia se chamar Venâncio.
  • Use a linguagem sensorial. Esta é a chave para puxar seu leitor para dentro da sua história. Certifique-se de que seu público possa "ver, cheirar e ouvir" seus arredores. Pinte um retrato através de suas palavras. Você não quer que seu livro seja chato ou grosseiro. Você quer que seu leitor imagine como é tudo. Porém, não descreva cada folha em cada árvore ou você vai fazer com que o enredo se arraste.
  • Quando, por exemplo, estiver escrevendo um livro, é uma boa ideia reservar cerca de uma hora (todo dia) para escrever. Assim, você terá sempre em mente onde estava, onde está e onde quer chegar.
== Avisos ==
  • Tente não arrastar a história. Não prolongue o assunto. Dê detalhes suficientes para incentivar a compreensão e o interesse.
  • Descrever o cenário interminavelmente pode ser um beco sem saída (a menos que o livro seja de cunho geográfico).
  • É natural e fácil usar descrições de pessoas que você conhece bem, como sua família. Disfarce os personagens o bastante para evitar ofender sua família ou saiba que você ficará na lista negra deles por um tempo.
  • O bloqueio de escritor é muito comum. Você vai ficar frustrado, mas não desista. Faça pausas e descanse sua mente.
  • Não use palavras grandes e rebuscadas com muita frequência. Soa pouco profissional. É como se você tivesse usado um computador para escrever a história para você.

Como comer o queijo Brie.


O queijo brie vem da França, região Seine-et-Marne, conhecida anteriormente como "Brie". É de cor pálida, muitas vezes encontrado com uma casca branca comestível, e pode ter um tom levemente acinzentado debaixo da casca. Pode ter ainda um toque de amônia. Bries envelhecidos possuem um sabor mais forte e a casca é quebradiça.

Aqui vão algumas dicas de como servir e comer esse delicioso e saboroso queijo.

Do Blog: Wiki How - Aprenda a fazer como.

== Passos ==

1- Considere servir de forma clássica e simples, com biscoitos tipo cracker e fatias de frutas como maçãs ou frutas vermelhas.

  • Deixe o brie em temperatura ambiente.



  • Sirva com biscoitos tipo cracker ou fatias de frutas.



  • Pegue pequenas porções com brie com o biscoito e as fatias de frutas e coma.






2. Asse o brie. Existem várias formas de assar brie. Experimente assá-lo com frutas vermelhas como uma opção doce.

3.Faça o brie "en croute", que é uma pequena roda de brie coberta com massa folhada, pincelada com ovo e assada até a massa ficar dourada. Deixe repousar por alguns minutos antes de servir.

4.Experimente salmão recheado com carne de siri! O que pode ser melhor que um salmão assado, recheado com carne de siri e brie cremoso, com pimenta, cebola?

5.Pense em preparar um pesto com brie. Excelente para reuniões casuais ou um lanchinho para você mesmo!


== Dicas ==
  • Bries menos maturados são mais macios. Bries mais envelhecidos são mais quebradiços e possuem um sabor mais forte.
  • Sirva pequenas quantidades de brie como entrada. Sirva brie de entrada ao planejar uma refeição mais leve. O brie é muito rico em sabor e sacia bastante.
  • Outra forma de servir é envolver o brie em uma folha de papel alumínio e levá-lo ao forno até que ele esteja quente e macio no meio. Isso torna o queijo mais fácil de ser passado no pão ou em biscoitos e cria um bom contraste para ser acompanhado de uma fruta fria.
  • Quando for cortar uma fatia do brie para você, tente não alterar a forma geral e aparência da parte restante. Fatias finas da borda para o centro são o que funciona melhor. Não deixe que os outros fiquem apenas com a casca.
  • A casca deve ser comida junto com a parte macia; aprenda a apreciar essa combinação.
  • Muita conversa sobre a temperatura ideal e pré-aquecer o queijo não é uma atitude muito francesa. Do ponto de vista clássico, o queijo é bom assim como está.
  • Apesar de você poder comer o queijo sem pão ou biscoitos, você não deve fazer isso quando o anfitrião oferecer pão. Coloque-o sobre o pão e coma.
  • O teor de gordura é superestimado pela maioria dos consumidores. O rótulo afirma a percentagem com base no produto seco. Já que o queijo brie contém cerca de 40% de água, deve-se multiplicar esta percentagem por 0,6 para obter uma estimativa mais realista.


== Avisos ==
  • Devido ao risco (embora muito pequeno) de listeriose, não coma queijo feito de leite não pasteurizado quando você estiver grávida. Dizem que estes queijos tem gosto melhor, mas raramente são exportados. As pessoas que consomem queijos de leite não pasteurizado geralmente compram diretamente do agricultor que produziu o queijo.

domingo, 9 de junho de 2013

Trilha do Morro da Urca.- Junho 2013


Eu, João Pedro, Gabriel, Carol e Leonel
Moro no Rio de janeiro desde 1976 e nunca tinha subido o Morro da Urca pela trilha, só pelo bondinho. Já tive o prazer de fazer outras trilhas, como a do morro da Pedra da Gávea, mas essa nunca tinha feito, demais! Recomendo. Você morador do Rio ou você que esteja de passagem pela cidade maravilhosa, não deixe de ir, é uma ótima opção de passeio bom, bonito e barato.

Através do Facebook  aceitei o convite do Leonel, que levou os filhos Carol e  Gabriel Emerick. Levei meu filho João Pedro, de 10 anos, que adorou. Ao voltarmos, João voltou como um canguru, pulando, deixando-nos preocupados com tanto entusiasmo. 


Início da trilha - foto Leonel Emerick
A subida ao Morro da Urca, onde fica a estação intermediária do bondinho do Pão de Açúcar é considerada fácil e não requer muito preparo físico. Não é necessário equipamentos especiais de alpinismo, uma vez que a trilha é feita por mata fechada e sem paredões ou abismos. A trilha fica com lama e torna-se escorregadia após dias de chuva, portanto um bom tênis anti-derrapante e cuidado ao caminhar é recomendável.








Entrada para trilha - pista Claudio Coutinho
A caminhada começa na Pista Cláudio Coutinho que fica localizada na extremidade esquerda da Praia Vermelha(quando se olha em direção ao mar). Essa pista acompanha o sopé do Morro da Urca e já é em si um belo passeio entre a montanha e o oceano, com rica vegetação. A entrada da trilha é marcada com uma placa e também tem uma lixeira bem chamativa, de cor laranja, mas, mesmo sem esses sinais é quase impossível não ver o início da trilha. Se mesmo assim você estiver na dúvida, alguém no local certamente saberá lhe informar caso não perceba a entrada, ou possivelmente você encontrará outras pessoas adentrando a mata no local correto.

A subida começa um pouco íngrime, requerendo algumas paradinhas e assim vai até o platô entre as duas montanhas e de onde já se descortina uma bela vista do bairro da Urca e da enseada de Botafogo. À direita estará o enorme paredão do Pão de Açúcar e sua complicada escalada, portanto siga para a direção oposta por uma trilha bem mais tranquila até a chegada ao topo do Morro da Urca.


Referencias: WikiRio.

sábado, 8 de junho de 2013

Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado - Livro.





O “saber” e o “ser” já foram bens de alto valor moral social. Hoje vivemos os tempos do “ter”, em que não importa o que uma pessoa saiba ou faça, mas sim que ela tenha dinheiro (de preferência muito) para pagar por sua ignorância e por suas falhas de caráter. Nesse cenário propício surge a cultura da “esperteza”: temos que ser ricos, bonitos, etiquetados, sarados, descolados e muito invejados. O pior dessa cultura é que seus membros sociais não se contentam apenas com o “ter”, é necessário exibir e ostentar todos os seus bens. Assim ninguém esquece, nem sequer por um minuto, quem são os donos da festa.

Páginas 190 a 192 (trechos selecionados):
A ideologia sobre a qual se alicerça a cultura dos nossos tempos é baseada em três princípios básicos: (1) o individualismo; (2) o relativismo; (3) o instrumentalismo.

De forma compreensível e sem, contudo, aprofundar-me na esfera da filosofia, os três princípios podem ser avaliados da seguinte maneira:


1. O individualismo prega a busca do melhor tipo de vida a se usufruir. Entende-se como o melhor tipo de vida aquele que abrange o autodesenvolvimento, a autorrealização e a autossatisfação. De acordo com essa concepção, o indivíduo tem a “obrigação moral” de buscar sua felicidade em detrimento de qualquer outra obrigação com os demais.


2. Segundo o relativismo, todas as escolhas são igualmente importantes, pois não há um padrão de valor objetivo que nos permita estabelecer uma hierarquia de condutas. Assim, qualquer ação que leva o indivíduo a atingir a autossatisfação é válida e não pode ser questionada.


3. O instrumentalismo afirma que o valor de qualquer coisa fora de nós é apenas um valor instrumental, ou seja, o valor das pessoas e das coisas se resume no que elas podem fazer por nós.

Na verdade, tudo está implícito no primeiro e principal componente da cultura moderna: o individualismo. Assim, nosso principal objetivo é a realização e a satisfação pessoais.

Estamos perdendo o senso de responsabilidade compartilhada no campo social e o de vinculação significativa nas relações interpessoais. O aumento implacável da violência é senão uma resposta lógica e previsível a toda essa situação.


Páginas 193 e 194 (trechos selecionados):
Somente uma educação pautada em sólidos valores altruístas poderá fazer surgir uma nova ética social que seja capaz de conciliar direitos individuais com responsabilidades interpessoais e coletivas. A aprendizagem altruísta é o único caminho possível para combatermos a cultura psicopática pautada na insensibilidade interpessoal e na ausência da solidariedade coletiva.

A construção de uma sociedade mais solidária é, a meu ver, o grande desafio dos nossos tempos. E para tal empreitada teremos que harmonizar o desenvolvimento tecnológico com uma consciência que não faça qualquer tipo de concessão ao estilo psicopático de ser ou de viver. A luta contra a psicopatia é a luta pelo que há de mais humano em cada um de nós. É a luta por um mundo mais ético e menos violento, repleto de “gente fina, elegante e sincera”.


Autor: Ana Beatriz Barbosa Silva (psiquiatra no Rio de Janeiro)
Editora: Objetiva (RJ)
Ano de publicação: 2008 (1ª edição)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Valorizando o Professor.

Todos nós sabemos o quanto a Finlândia valoriza a educação e qual a posição do País no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino no mundo. Pois bem, como seria um professor brasileiro nesse ambiente? O site G1 encontrou uma professora brasileira nesse ambiente de sonho da educação.

Luciana Pölönen se mudou para a Finlândia em
2008 e se tornou professora (Foto: Arquivo pessoal)
Por:Vanessa Fajardo do G1, em São Paulo

País com a melhor educação do mundo, a Finlândia tem entre os seus professores da rede pública uma brasileira. Luciana Pölönen, de 26 anos, nasceu em Salvador (BA), é formada em letras pela Universidade Federal de Bahia (UFBA) e se mudou para Finlândia em 2008, com objetivo de fazer mestrado. Desde 2010, compõe o corpo docente finlandês. No país, no Norte da Europa, encontrou mais do que emprego, e sim, a valorização da profissão de lecionar.

"Eu me sinto como uma rainha ensinando aqui. Ser professor na Finlândia é ser respeitado diariamente, tanto quanto qualquer outro profissional!", afirma a brasileira, que se casou com um finlandês, tem uma filha de três anos, Eeva Cecilia, e está grávida à espera de um menino. "Aqui na Finlândia o sistema é outro, o professor é o pilar da sociedade."A comparação com sua experiência escolar no Brasil é inevitável. "No Brasil só dei aulas em cursos, mas estudei em escola pública, sei como é. Sofria bullying, apanhava porque falava o que via de errado e os professores não tinham o respeito dos pais", diz Luciana.

A professora Luciana com seu diário de classe
finlandês (Foto: Arquivo pessoal/Luciana Pölönen)

Logo chegou à Finlândia, Luciana trabalhou como analista de mídia. Depois, em 2010, antes de atuar na rede de ensino pública, conciliava trabalhos de tradução e de professora particular. "Se aparecesse um trabalho para fazer limpeza, eu toparia sem problemas, desde que fosse honesto. Mandava currículo para algumas empresas, mas nunca era chamada. Pensei em omitir minha formação [em letras, pela UFBA], caso não arrumasse nada."

Luciana voltou a trabalhar quando a filha tinha apenas um mês. Era um trabalho de tradução que às vezes fazia de casa ou ia até a empresa que ficava próxima à sua casa. Escapava para amamentar no intervalo do café. "Aqui a licença maternidade dura três anos, as pessoas achavam um absurdo eu trabalhar com uma filha de um mês. Na verdade faz parte da educação deles, hoje eu entendo mais."

O respeito pelo próximo também é algo muito enraizado na cultura do finlandês. Luciana diz que diferente do Brasil, nunca sentiu preconceito na Finlândia por ser negra ou estrangeira. "Aqui as pessoas não parecem notar a cor de pele do outro contanto que exista respeito mútuo."

Casos de violência ou bullying são muito raros nas escolas. "Foram cinco casos de violência no ano, mas para eles é um absurdo, não deveria acontecer. Eles sempre têm um plano para cada tipo de aluno, não é uma única forma para a classe inteira. No final, todos alcançam o mesmo objetivo."

Na Finlândia, o professor é proibido por lei de encostar no aluno. Nem mesmo para dar um abraço. Luciana soube disso durante a aula de inglês, no estágio, em uma atividade onde alunos precisam demonstrar sentimentos numa espécie de encenação teatral e ela "relou" em uma aluna. A classe toda ficou estática, espantada.

Luciana Polonen é destaque em blog voltado para a comunidade acadêmica da Finlândia (Foto: Reprodução
Hoje, Luciana se acostumou à cultura. "Acho que acostumei, nunca gostei muito de abraçar as pessoas se não houvesse um motivo muito importante para isso. Talvez esse seja o motivo de eu ter me acostumado aqui." O frio também não lhe causa incômodo, nem mesmo a temperatura de 25 graus negativos que já encarou. Para a baiana, não há problemas desde que esteja com a roupa apropriada para manter o corpo aquecido.

Por quatro anos consecutivos, a Finlândia ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. Durante visita em São Paulo, na semana passada, a diretora do Ministério da Educação e Cultura, Jaana Palojärvi, disse que o segredo do sucesso do sistema finlandês de ensino não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia em sala de aula ou avaliações nacionais. O lema é treinar o professor e dar liberdade para ele trabalhar.

Luciana aprova o método. Há dois anos dá aulas na Escola Europeia de Helsinque, capital da Finlândia, de nível fundamental e médio e há um ano leciona português em uma escola de ensino fundamental em Espoo, cidade próxima à capital. "Dou aula de português porque toda criança falante de duas línguas tem o direito ao ensino de uma língua estrangeira na escola. Ou seja, todos os filhos de brasileiros têm direito ao ensino de português como língua mãe."

Para conseguir a vaga, a brasileira passou por avaliação do histórico escolar da universidade, enviou uma carta pessoal em que expôs suas intenções, e enfrentou uma entrevista, uma espécie de prova oral feita em inglês.

Com o trabalho nas duas escolas, Luciana ganha 2.500 euros, o equivalente a R$ 6.500. Luciana tem contrato temporário porque ainda não finalizou o mestrado, termina a dissertação no fim do ano, por isso há uma redução no salário de 15% e de tarefas extras.

"Tenho total liberdade para avaliar meu aluno, tenho a lista de coisas de que ele tem de aprender até o fim do ano, mas como vou fazer fica a meu critério. Não preciso aplicar prova a toda hora, nem justificar nada para o coordenador", afirma. "Temos cursos de aperfeiçoamento sem custo, descontos em vários lugares com o cartão de professor, seguro viagem, entre outros."

Para Luciana, os alunos aprendem porque há um comprometimento deles, dos pais e da comunidade. "Eles aprendem o respeito desde pequenos, a honestidade vem em primeiro lugar. As pessoas acreditam umas nas outras e não é necessário mentir. Um professor quando adoece pode se ausentar até três dias. Funciona muito bem."

Brasil fica em penúltimo lugar no ranking global de qualidade de educação

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Perdido em si mesmo - Conhecer Jesus é Tudo.

O transcrito abaixo está no livro "Conhecer Jesus é Tudo" de Alessandro Búllon. Búllon conta a sua própria história, um jovem perdido dentro da Igreja. É a descrição de uma das várias experiências no comecinho de seu ministério. O que mais me chama a atenção nesse relato é a presença de um anjo. Muitos anjos passam por nossas vidas sem que nos darmos conta, muitas vezes brigamos conosco sem perceber a intervenção divina atraves desses sere. Deus insiste em nos salvar de nós mesmos.

Mais um post da série Anjos, seres divinos que são muitas vezes esquecidos por nós. É quase impossível alguém que não tenha uma experiência com anjos, mas nunca relatamos nossas experiências com eles, nem lembramos

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Conhecer Jesus é Tudo                                             Capitulo II - pág. 18 a 24

Devia ser três ou quatro da tarde, mas no interior da floresta dava a impressão de que estava anoitecendo. Nuvens negras cobriram de repente o céu e o "grito" dos trovões deixou-se ouvir na imensidão da selva amazônica, como se fosse o alarido de gigantes assustados. De vez em quando os relâmpagos, semelhantes a flechas acesas, feriam a escuridão. Tive medo. Aliás, estava amedrontado desde que percebi que tinha perdido a trilha. Corria o ano de 1972. Eu era missionário entre os índios da tribo Campa, que moram nas margens do rio Perene, na Amazônia de meu país. Naquela manhã de sexta-feira, saí de casa com o objetivo de visitar uma aldeia localizada a duas horas de caminho através da floresta. Não soube precisar em que momento perdi a trilha. Esforcei-me para achá-la, mas toda tentativa acabara me desorientando mais.


Os minutos e as horas foram passando e então as nuvens escuras apareceram anunciando a tormenta.
A chuva chegou junto com a noite, implacável. Assentei-me no chão, debaixo de uma árvore e vi passar o tempo, rogando a Deus que me ajudasse a sair daquela situação difícil. Não sei quanto tempo fiquei desse jeito, mas quando notei que a chuva tinha diminuído, reiniciei a caminhada em meio à escuridão e o barro. Estava completamente molhado, cansado, faminto e a esta altura, quase desesperado. "Você não pode parar, vai ter que continuar", repetia. "Você vai conseguir. Daqui a pouco você achará a aldeia, não pode é ficar aqui parado." Mas algo me dizia que tudo era inútil, que o melhor seria ficar ali e esperar a luz do novo dia. Ficar ali? Molhado como estava? Sozinho? E se alguma fera aparecesse? Era a primeira vez que me acontecia uma coisa assim. Eu não conhecia a selva. Tinha chegado da capital havia poucos meses. Senti que o medo estava tomando conta de mim e corri. Corri como um louco, como se alguém estivesse me perseguindo. A chuva molhava meu rosto, dificultando a visão, se é que se podia enxergar alguma coisa naquela escuridão. Foi aí que escorreguei e caí floresta abaixo, cinco ou seis metros talvez. Estava cheio de lama. Não existia mais trilha. Só a escuridão e a música infernal que a chuva produzia ao entrar em contato com as folhas e o chão. Eu não queria aceitar, mas estava perdido, completamente perdido. Tentei sair do buraco em que me achava. Segurei-me numa planta, mas esta desprendeu-se e tornei a cair na lama. Agarrei-me a um pequeno galho. Uma dor violenta obrigou-me a soltá-lo e acabei novamente na lama, com a mão cheia de espinhos. Tudo o que fazia era inútil, meus pés escorregavam na terra molhada e acabava sempre lá embaixo, no buraco e na lama. Fiquei algum tempo meditando em silêncio. De repente tive vontade de chorar. E chorei. Medo? Acho que já não sentia mais medo. Temor de alguma fera? Cansaço? Fome? Teria gostado que fosse por algum motivo semelhante, mas não era não. Olhando para trás vi que minha vida na igreja tinha sido como aquela noite. A vida toda tentando sair do buraco, a vida toda tentando viver à altura dos elevados princípios de minha Igreja, de cumprir os mandamentos e regulamentos e acabando sempre na mesma situação. Eu estava perdido em meio à Igreja, com todas as suas doutrinas na cabeça, cumprindo, de certo modo, todas as suas normas, mas estava perdido. E o pior de tudo: Havia dois anos que eu era um pastor. Como num filme, minha vida toda começou a desfilar ante meus olhos. Minha mãe havia conhecido o evangelho quando eu tinha apenas quatro anos de idade. Praticamente nasci na Igreja. Não lembro um dia que ela tivesse deixado de assistir aos cultos. Sábados, domingos e quartas, ela estava sempre ali com todos os filhos. No pequeno local onde se congregava o grupinho de 8 pessoas, havia um lugar especial em cima do púlpito para os Dez Mandamentos num quadro dourado. Era dever de todos saber de cor os mandamentos e guardá-los fielmente. 

Desde pequeno aprendi as normas da igreja. Não pode fumar,não pode beber, não pode dançar, não pode ir ao cinema, não pode ir ao campo de futebol, não pode. "Ó Deus", perguntava-me muitas vezes, "como é possível viver assim?" Em meu coração de adolescente sentia um estranho conflito. Sabia tudo que devia e não devia fazer, mas não conseguia viver à altura dessas normas e isto me tornava infeliz. Lembro que um dia um time profissional de futebol visitou a cidade onde eu morava. Meu irmão mais velho e eu saímos do Encontro J.A. e assistimos ao segundo tempo do jogo. Chorei naquele dia. Senti-me miserável. Achei que Deus teria que me destruir. Pensei que tinha perdido para sempre o direito de ir ao Céu. Aos 13 anos batizei-me e meu conflito aumentou. "Agora dizia para mim  — você é um membro batizado, você não pode cometer mais tolices!'  Mas alguma coisa estava sempre errada na minha vida mas eu não sabia precisar o quê. Cada vez mais orava e parecia que Deus estava muito longe. Parecia que Ele nunca iria me ouvir. Estudava a Bíblia por dever. Aos 15 anos terminei de ler "Mensagens aos Jovens" e senti-me mais pecador do que nunca. "Eu nunca irei para o Céu — pensava — é impossível alcançar um tipo de vida assim!' Só Deus sabe quantas vezes deitei-me na cama, sozinho, e ruminei meu desespero. Atormentava-me a ideia de um Deus sempre zangado, sempre pronto a me castigar, esperando sempre de mim o cumprimento de todas as Suas normas. Quando concluí o Segundo Grau, passei a estudar Teologia e meu conflito adquiriu dimensões maiores. "Você é um futuro pastor, você não pode errar mais, você tem que cumprir tudo, tudo!' Muitas vezes me assaltou o pensamento de abandonar não só o Curso, mas a Igreja e o lar paterno.

Hoje dou graças a Deus porque, de alguma maneira, Ele não me deixou fazê-lo. Formei-me aos 21 anos. Era o grande sonho de minha mãe e o meu também. Mas em lugar de ser feliz, sentia-me mais angustiado. "Deus! O que acontece comigo? — pensava — Por que esta sensação de que sempre estou errado, de que nada está certo?" A resposta não vinha, mas o conflito aumentava. "Agora você é um pastor — repetia para mim — você tem que ser um exemplo para a Igreja. Se alguém tem que cumprir todas as normas ao pé da letra é você" Como foram tristes os primeiros anos de meu ministério! Não que eu fosse um grande pecador. Meus pecados poderiam ser chamados de "suportáveis", Eram "pequenos erros". Mas eu sabia que para Deus não havia classificação de pecados, e isso me angustiava. O pior de tudo era que eu conhecia a doutrina de Cristo. Sabia de cor todas as doutrinas da Igreja. Os mandamentos de cor, centenas de versos de cor. Pregava de Jesus e voltava para casa triste. Sempre com aquela sensação de que alguma coisa estava errada. Deitava e levantava cada dia com as normas e os princípios na cabeça. Andava sempre pensando no que devia ou não fazer. A angústia não desaparecia. Deus foi muito bom comigo porque, apesar de 'tudo deu-me muitas almas para Sua Igreja nesses dois primeiros anos de ministério. Aquela noite, lá no interior da mata, molhado e cheio de lama, entendi, pela primeira vez, o que acontecia comigo. Eu estava perdido em meio duma amazônia de doutrinas, normas, leis e teologia. Perdido no meio da Igreja! Olhei para um lado e para o outro. Onde estava o Jesus do qual pregava? Estava lá, distante, atrás das nuvens. Na minha cabeça só havia teoria, normas e doutrinas. Chorei, chorei como uma criança, porque me sentia sozinho. Eu conhecia um nome, não uma pessoa, eu amava uma Igreja não o maravilhoso Senhor dessa Igreja, eu tinha comigo normas e regulamentos, mas não tinha a Jesus, e naquela hora não precisava de normas, não precisava de doutrinas, nem de uma Igreja, precisava de uma pessoa. Chorei aquela noite a tragédia de ter vivido sempre só, tentando sair do buraco e achar a trilha certa, mas acabando sempre na mesma situação, na lama e na desgraça.

A chuva estava passando "Um milagre — disse em meu coração — preciso de um milagre. Só um milagre poderá tirar-me daqui'.' E comecei a gritar com todas as forças de meu ser. Na selva, quando alguém está perdido tem que gritar. Se alguém ouvir seu grito, gritará por sua vez e assim ambos poderão se ajudar. De repente, pareceu-me ouvir uma voz distante. Gritei. Minha voz perdeu-se na imensidão da floresta e o vento me trouxe a resposta. Alguém estava gritando ao longe. Alguém estava lá. Continuei gritando e o grito foi se aproximando. Cada vez mais e mais. Pude perceber os passos e depois ver a silhueta de alguém. Ao chegar perto de mim, vi seu rosto. Era um índio. Estendeu-me o braço, segurou a minha mão e puxou-me. Era uma mão forte, cheia de calos. Puxou-me com firmeza até chegar lá em cima. "Quem é você" — perguntei. Não respondeu. "Como você se chama?" Silêncio, "De onde você veio?" A mesma resposta. Segurou-me o braço e começou a caminhar. Seus passos eram firmes. Em momento nenhum respondeu minhas perguntas. Andamos em silêncio algum tempo até chegarmos a certo ponto. Lá embaixo havia luz. Era o lugar que estava procurando. Estava a salvo. Deixei o índio e corri floresta abaixo, escorreguei e caí. Novamente ele estendeu-me o braço,  levantou-me e segurou-me até chegarmos à choupana de onde saía a luz.

O irmão João apareceu com uma tocha acesa.
— Pastor — exclamou — o senhor veio a esta hora! 
— Perdi a trilha — respondi, tirando a roupa molhada. Deitei-me perto do fogo e adormeci. Notei três coisas ao acordar na manhã de sábado. Minha roupa estava seca, perto do fogo; minha mochila estava um pouco mais além e havia mandioca para comer e chapo* para beber. 


Minutos depois chegou o irmão João. 
— Como foi que achou a trilha? — perguntou.
— Foi o índio — respondi.
— Qual índio?
— Aquele que estava comigo ontem quando cheguei.
João olhou-me intrigado e disse:
— Não tinha nenhum índio com o senhor.
Eu não disse nada. Dei meia-volta e desci até uma pequena cachoeira para me lavar. Ajoelhei-me ouvindo a música da água ao cair e o canto dos pássaros e disse em meu coração: "Senhor Jesus, agora
sei que não és uma doutrina, és uma pessoa maravilhosa. Como fui capaz de andar sozinho a vida toda?
Ó Senhor, agora entendo porque não era feliz. Estava faltando Tu. Quero amar-Te Senhor. Quero segurar sempre Teu braço poderoso. Sei que sem Ti estou perdido. Quero daqui para frente estar preocupado só em segurar Tua mão de amigo, quero sentir-Te a meu lado. Saber que não estás lá nos Céus, mas aqui, comigo. Hoje entendo o que estava faltando. Estava faltando Tu, Jesus querido!'

Desde aquele dia comecei a encarar a vida cristã, não como uma pesada carga de normas, proibições e regulamentos, mas com a maravilhosa experiência de caminhar lado a lado com Jesus. As doutrinas começaram a ter vida para mim. Tudo o que antes era opaco e sem cor começou a adquirir brilho. O maravilhoso brilho da felicidade. Nunca quis saber se aquele índio foi um índio verdadeiro ou foi um anjo. Não era isso que importava. Aquela noite aprendi a grande lição de minha vida. Sozinho estaria sempre perdido, sempre angustiado, sempre infeliz. Precisava da ajuda de um amigo poderoso.
Achei esse amigo em Jesus e por isso serei eternamente grato a Ti, ó Deus.


(*) Chapo — bebida de plátano cozido.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pessoas Especiais -Sesóstris Cézar Souza.

Anjos existem? Existe com certeza, apesar de pouco se ouvir ou se lê sobre o assunto. Na minha curiosidade sobre o assunto conheci alguém que dedicou parte da sua vida missionária a pregar, falar e escrever sobre o assunto. Pouco se lê sobre essa matéria, até porque existe pouca literatura sobre. Podem procurar, não acharão muita coisas, acharão nas prateleiras das livrarias montanhas de livros sobre o diabo, demônios, ocultismo, espíritos bons e maus e nada sobre anjos. E bem possível acharem alguma coisa sobre a natureza dos anjos, outras tentando explicar a sua existência com ideias espiritas e esotéricas, tudo com teorias humanas, mas nada baseada na Bíblia Sagrada. Se procurarem com afinco, encontrarão o autor Sesóstris Cézar. Alguém que escreveu algo relevante sobre o tema. Uma pessoa adorável e meiga, incansável soldado do evangelho, um pescador de almas. Uma pessoa especial que tive o privilégio de conhecer um dia.


Em 24 de junho de 1998 li seu livro livro, que me caiu nas mãos hoje novamente.Passei uma olhada rápida e lembrei da pessoa, Sesóstris Cézar Souza. O livro é Anjos - Sua presença e atuação na vida humana. Tenho um exemplar da 4ª. edição de 1997, publicado pela Casa Publicadora Brasileira.  O livro é muito bom e eleva-nos, mostra-nos como é terrível a batalha entre o bem e o mal, como Deus cuida de nós. Convido a todos, que se interessam pela matéria, a conferirem a leitura.

Nosso saudoso pastor deixou um vasto material sobre o tema. Um livro ainda inédito.O conheci pessoalmente em Botafogo/RJ em janeiro de 2011, num domingo à noite, depois de um belíssimo sermão a cerca do Poder da Oração. O Pr. Sesóstris Cézar faleceu domingo, 19 de maio, na capital paulista aos 97 anos. Ele nasceu em 11 de agosto de 1915, no Ceará. Aos 20 anos, aceitou a mensagem adventista, formando-se em teologia em 1942. Foi casado com Lili Souza, com quem teve duas filhas: Ruth Costa casada com Natanael Costa, médico; e Irenilda Menegusso, casada com Eliseu Menegusso, doutor em teologia. Tem cinco netos e sete bisnetos.

Viúvo, casou-se novamente com Salvadora Schlemper Souza.Pastor Sesóstris mudou a vida de milhares de crianças, estudantes e jovens. Foi pastor por 34 anos e por mais 25 gerenciou lares de crianças na Golden Cross. Na obra pastoral, atuou como distrital no Pará, Amazonas e Minas Gerais, na capital Belo Horizonte. No Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (Taquara, RS) e no Instituto Adventista Petropolitano de Ensino (Petrópolis, RJ) foi diretor, preceptor e professor. Na liderança departamental, dirigiu o Ministério Pessoal e Escola Sabatina na então União Este Brasileira, Comunicação e Saúde na Associação Sul-Riograndense e na Voz da Profecia, fundou programas de rádio.

Escreveu quatro livros, todavia, seu último livro não deu tempo de publicar: “Anjos, Sua Presença e Atuação na Vida Humana”, “Experimente Jesus”, “O Ministério dos Anjos” e “Manancial de Experiências Inéditas”.
Pastor Sesóstris era criativo e inquieto. Ele criou o curso Como Deixar de Fumar em Cinco Dias, no Brasil, cuja estreia aconteceu na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. É de sua autoria o panfleto “O Fumo Distrai ou Destrói?”. Outro projeto pioneiro lançado pelo pastor Sesóstris foram os Pequenos Grupos, em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde mais de 50 pessoas foram batizadas.
Todavia, seu maior “hobby” foi dedicar-se exclusivamente à filantropia infantil após sua aposentadoria em 1976. Em parceria com a Golden Cross, pastor Sesótris administrou 13 lares de onde saíram centenas e centenas de crianças para serem líderes em várias áreas da Igreja Adventista.

Uma Fé Extraordinária - John Harper

                                                              John Harper, a esposa e filha - Google Fotos. No livro “The Titanic's Last...